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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

FIM DE TARDE



Amadeu Gois - barítono
Achille Picchi - piano
ETERNAMENTE
Canção de CARLOS GOMES
Recital de Lançamento do Livro
"Minhas Pobres Canções..." de Niza Tank
Centro de Convivência Cultural - Campinas, SP
18.09.2006



CONATI SOBRE CARLOS GOMES:
Nas palavras de Conati sobre Carlos Gomes:
“Algumas características seriam: o ímpeto dramático, o melodismo jamais desmentido, a elegância e a nobreza de linhas, o equilíbrio dos contrastes, o sentido poético, o corte clássico, o dom de abrir o discurso musical, numa curva que não se fecha dentro dos moldes tradicionais do fraseado musical.”



Em telegrama urgente, enviado do Rio de Janeiro em 16 de outubro, expedido às 4 h 20 min da tarde e recebido às 4 h 30 min, descreve-se:





“O Vapor Itaipu, armado em guerra que foi buscar o cadáver embalsamado de Carlos Gomes, aportou hoje a esta capital, trazendo os sagrados despojos do pranteado maestro.
O precioso féretro desembarcou às 2 h da tarde no arsenal de guerra, onde compacta massa de povo, representantes dos poderes públicos e da imprensa o foram esperar.
Dali foi conduzido em piedosa e crescidíssima romaria para a Igreja de São Francisco de Paula, devendo depois das pomposas exéquias religiosas que se estão preparando seguir para Santos no mesmo vapor na próxima terça-feira.”

Na Alemanha houve em 1979, a realização de concerto com trechos de óperas de Carlos Gomes na Escola Superior de Música de Berlim.

O jornal alemão DER TAGESSPIEGEL, Berlim (Ocidental), em 21 de março de 1979:



         “O Consulado do Brasil em Berlim apresentou em colaboração com a Associação Ibero-Americana um Concerto de Óperas, na Sala de Concertos da Escola Superior de Música, dedicado ao compositor brasileiro Carlos Gomes (…)
É mesmo estranho que nós, que falamos constantemente como conhecedores de assuntos e culturas mundiais, possamos ignorar, por exemplo, um compositor que poderia ser comparado aproximadamente a um Donizetti ou a um Pietro Mascagni. Numa velha enciclopédia de Riemann encontro a seguinte informação sobre Carlos Gomes: ‘Nascido em Campinas, Brasil, em 1938 (na verdade foi em 1936), tornou-se logo um admirado compositor do Scala de Milão. Suas óperas, cujos títulos lembram as grandes séries de óperas de Rossini, Bellini, Verdi e Donizetti, como Maria Tudor, Fosca, Salvador Rosa, tiveram na Itália brilhante êxito (…)’
Sentiu-se uma grande curiosidade por conhecer toda a série das grandes óperas de Carlos Gomes.”

CARLO PRATO, do Conservatório Giuseppe Verdi de Milão:



Lamenta em 18 de novembro de 1985, que “grandes cérebros musicais europeus” por muito tempo tenham esquecido Carlos Gomes, o que, “na minha opinião”, disse, “constitui uma discriminação injustificada. Gomes é um grande melodista… um atento instrumentador… um refinado orquestrador… eis porque escreveu tanta música bela, infelizmente ignorada.”

A RAI – Radio Televisione Italiana –




Escolheu para sigla característica de seu programa Ore della Musica, em 1986, precisamente a protofonia de O Guarani que, por sinal, provocou um verdadeiro alvoroço entre seus ouvintes que bombardearam os estúdios com cartas e telefonemas:
“de quem é esta música tão bela? De Mascagni? (…)”

O Diretor Geral, Regisseur, Maestros e Orquestra de Estocolmo em 15 de março de 1945, declararam:




“(…) felizes pelo grande sucesso do notável trabalho de Antonio Carlos Gomes em Estocolmo enviam mensagens a serem depositadas aos pés da sua Estátua (…) manifestando sincero reconhecimento por haver ele com O Guarani grandemente enriquecido o repertório da Ópera Real.”

CURIOSIDADES DO MES DE CARLOS GOMES:
CARTA TRAGICÔMICA





Em carta a sua filha Itala, conta-lhe um incidente tragicômico:
“Barcelona, 5 de julho de 1892
Itala, filha querida do meu coração
Na minha cabine tenho 3 lugares. Estava dormindo sozinho, mas dormia com um olho aberto e outro fechado. Estava cansado. O barulho das correntes da máquina confundia-se com outros barulhos mais perto de mim. O que seria? Mas como poderia compreender o que era, desde que eu estava dormindo meio acordado? E no entanto, bem perto de mim, sucedia um drama meio cômico (…)
(…) Eu estava quieto no meu canto, virei-me até do outro lado dizendo comigo mesmo: são discussões entre mulheres, que se desembrulhem sozinhas. De repente bun! tum! dum paratapatum! O que seria, o que não seria? Era a água de um cano do vapor que se tinha arrebentado, inundando em primeiro lugar a cabine da Sthele (outra artista) e depois passando por outras cabines, tinha chegado até a minha.
Imagine você, minha filha, o salto que eu dei ouvindo o gereré da água… Minhas roupas novas de alpaca, o meu bonezinho com que eu contava me fazer de bonito com as damas de bordo durante a travessia. As minhas camisas, os sapatos, tudo, tudo, foi completamente molhado… digo molhado porque era água, mas ai de mim, era água negra cheia de ferrugem que deixa uma mancha amarela, que ninguém mais pode tirar.
Por felicidade o meu relógio não foi molhado, senão adeus às horas de Milão, que eu venho conservando enquanto me afasto de vocês. O episódio é tragicômico, porque ainda não tenho na cabine a minha outra mala e neste momento vou descer com as minhas roupas ainda úmidas e cor-de-barro, enquanto o alfaiate as entregou bem negras e lustrosas.
Enfim, na espera de poder mudar de roupa amanhã, ocupo-me de comentar o ocorrido e de rir à mesa.
Adeus, querida filhinha, ria você também desta minha aventura, porque antes água do que fogo. Agora só escreverei do Rio, logo ao chegar. Lembranças ao Carletto, à Antonietta , um pedacinho de açúcar ao Blanc e alpiste aos meus caboclinhos.
Adeus, adeus de coração, do teu
Papai”


FRASE DA VEZ:





Em 1893, três anos apenas antes de sua morte, ainda eram essas as suas palavras de dor, escrevendo de Milão a Theodoro:

“(…) JÁ PERDI A CORAGEM. OS MEUS COMPROMISSOS DE FAMÍLIA SÃO GRANDES, AO PASSO QUE OS MEUS ESFORÇOS NÃO CHEGAM NUNCA A VENCER DIFICULDADES CONTÍNUAS. NÃO LHE DIGO NADA DO ENORME ATRASO E DO IMENSO PREJUÍZO QUE ESTOU SOFRENDO, TENDO PERDIDO O MEU TEMPO, GASTANDO AS MINHAS ECONOMIAS À ESPERA DE PROMESSAS FALSAS !(...)
(...) É UM HORROR ! UMA INFÂMIA !...
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Fonte: Meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - ANTONIO CARLOS GOMES - A TRAJETÓRIA DE UM GÊNIO" - a ser publicado em 2011.
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 Termina aqui este mes de CARLOS GOMES, portanto não vou mais fazer tantas postagens sobre ele.
Se eu me repeti, peço desculpas a todos: fui fazendo as postagens sem uma programação.
Espero que tenham gostado e que tenha servido para esclarecer muita coisa e para corrigir outras.
Como os comentários foram muito poucos e de amigos, fico sem saber se foram úteis às pessoas que se interessam pela vida e pela obra do nosso querido maestro.
De qualquer forma, foi a maneira que encontrei de homenageá-lo neste mes de Setembro.

DENISE
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PRIMAVERA DOS MUSEUS

Primavera dos Museus
 
 

           O Museu da Imagem e do Som de Campinas (MIS) realiza a Primavera dos Museus 2010. 
           Esta será a quarta edição do evento que é realizado anualmente pelo Ministério da Cultura com o objetivo de aproximar os museus da comunidade. 
           Desta vez será debatida a memória e participação social. Nos últimos anos, o MIS tem desenvolvido ações educativas que convergem para a reflexão sobre este tema. De acordo com a administração do local “o museu não é apenas um espaço de reconstituição e representação da memória da participação social, em símbolos, imagens e sons, mas é o próprio campo efetivo de construção social – um espaço plural, vivo, múltiplo, ativo, atual.” 
          A programação da Primavera de 2010 expressa essa visão de museu e propõe reflexões sobre a participação social e as transformações na construção do Brasil democrático. 

Data: 30 de Setembro de 2010
Horário: 18h00 as 21h00
Entrada: Gratuita
Local: Campinas. Palácio dos Azulejos. Rua Regente Feijó, 859, Centro
Informações: (19) 3733-8800.
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QUANTAS ALMAS ?


NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO
Fernando Pessoa





Não sei quantas almas tenho.


Cada momento mudei.


Continuamente me estranho.


Nunca me vi nem acabei.


De tanto ser, só tenho alma.


Quem tem  alma não tem calma.


Quem vê é só o que vê,


Quem sente não é quem é,







Atento ao que sou e vejo,


Torno-me eles e não eu.


Cada meu sonho ou desejo


É do que nasce e não meu.


Sou minha própria paisagem;


Assisto à minha passagem,


Diverso, móbil e só,


Não sei sentir-me onde estou.







Por isso, alheio, vou lendo


Como páginas, meu ser.


O que segue não prevendo,


O que passou a esquecer.


Noto à margem do que li


O que julguei que senti.


Releio e digo :  "Fui  eu ?"


Deus sabe, porque o escreveu.


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FRASE DA VEZ:







"A POESIA ESTÁ MAIS PROXIMA DA VERDADE VITAL DO QUE A HISTÓRIA." (Platão)


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O SOLDADINHO E A BAILARINA


   
MUSICAL "O SOLDADINHO E A BAILARINA" com Luana Piovani
ELENCO

Luana Piovani, Pablo Áscoli, Maurício Souza Lima, Janaína Azevedo, Germana Guilhermme, Marcello Boffat, Daniel Maia, Ando Camargo, Letícia Medella, Erika Riba, Jaderson Fialho, Carolina Henriques, Gabriel Mesquita.
  
"O soldadinho e a bailarina", livre adaptação do conto "O soldadinho de chumbo", do dinamarquês Hans Christian Andersen, é a terceira incursão da atriz pela dramaturgia infantil e marca também sua primeira parceria com o diretor Gabriel Villela.  Depois de protagonizar "Alice no país das maravilhas' e 'O pequeno príncipe', Luana envereda novamente pelo gênero com um trabalho que fala sobre as diferenças: "Cada vez que monto uma peça para crianças quero abordar um determinado assunto. Além da bela história, me encantou poder falar de inclusão, preconceito e respeito às diferenças", explica Luana referindo-se ao fato de o soldadinho não ter uma perna.
 
Sinopse: 

                           A Peça conta a história de Sofia, uma bailarina de papel que divide o quarto do garoto Euclides com diversos outros brinquedos, estre os quais o temível Boneco de Molas, que ameaça e chantageia os conpanheiros na intenção de casar-se com a bailarina. Com a chegada do Soldadinho de Chumbo perneta, as coisas mudam. Ele conquista o coração de Sofia e os dois planejam fugir.
As canções revelam traços culturais da arte popular brasileira, os figurinos remetem à cultura nórdica e do leste europeu, com roupas de linho das festas folclóricas da Hungria. O diretor também buscou inspiração na commedia dell'arte, utilizando tecidos claros, retalhados artesanalmente, com aplicações de pedrarias e bordados à mão, que lembram a poeira da estrada e o teatro itinerante.
 
Teatro Procopio Ferreira - São Paulo

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FRASE DA VEZ: 
 

CLEOFONTE CAMPANINI - PARMA


                                        CLEOFONTE CAMPANINI
DOVE ?
PARMA - CASA DELLA MUSICA
12  OTTOBRE  ORE  18
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FRASE DA VEZ:

 "A MÚSICA É A REVELAÇÃO SUPERIOR A TODA SABEDORIA E FILOSOFIA." (Beethoven)
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ORQUESTRA BARROCA













  MÚSICA ANGÉLICA

ORQUESTRA BARROCA









CONCERTOS PAULÍNIA 2010
1 DE OUTUVRO


MÚSICA ANGÉLICA - ORQUESTRA BARROCA

Solista: Ilia Korol, violino (Ucrânia)

20 horas, Theatro Municipal de Paulínia

J. S.Bach
Suite em si menor

A. Vivaldi
As Quatro Estações

G.P.Telemann
Concerto em mi menor para Oboé e cordas
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FUNDAÇÃO NESTLÉ


 
A Fundação Nestlé Brasil apresenta o Projeto Viagem Musical
no interior de São Paulo
                        As apresentações serão nas cidades de Araraquara, Caçapava, Cordeirópolis,
Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo 

Agenda de outubro do projeto Viagem Musical, patrocinado pela Fundação Nestlé Brasil. Nesse mês as apresentações musicais serão nas cidades de Araraquara, Caçapava, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo. Serão sete grupos musicais reconhecidos que interpretarão blues, choro, música popular brasileira e música clássica: Bruch Trio, Ginga, Irmandade do Blues, Madeira de Vento, 4 a Zero e São Paulo Arte Trio. A Direção Artística é de Miriam Mazzei. O projeto Viagem Musical tem o apoio do Governo de São Paulo, através da Secretaria de Estado da Cultura, pelo Programa de Ação Cultural – ProAC 2009O objetivo principal é a formação de público com a diversidade de estilos dos grupos. A ideia de realizar o projeto pelo interior é levar à população a cultura e a arte de qualidade propiciando, principalmente ao público jovem, a possibilidade de ter contato com a linguagem musical através de profissionais gabaritados, despertando o interesse em conhecer e participar de atividades musicais e artísticas com os objetivos de incentivar o aprendizado musical, formar público com um mínimo de critério de avaliação e conhecer a música erudita e popular de qualidade, desmistificando que é uma musica elitista e de difícil entendimento. Todas as apresentações são gratuitas.

Formação dos grupos:

Bruch Trio - Aída Machado (piano), Marta Vidigal (clarinete) e Marcelo Jaffé (viola)
Ginga – Roberto Vergal (guitarra), Douglas Griggio (teclado), Anívio Mello (contrabaixo), Daniel Assis (bateria) e Helio Silva (vocal)
Irmandade do Blues - Vasco Faé (gaita, voz e guitarra), Silvio Alemão (baixo), Edu Gomes (guitarra) e Fernando Lóia (bateria)
Madeira de Vento – Quinteto de clarinetistas – João Francisco Correia, Fernando de Oliveira, Michel Moraes, Mário Marques e Otinilo Pacheco
4 a Zero - Daniel Muller (piano e teclado) , Lucas Casacio (bateria e percussão), Eduardo Lobo (guitarra) e Danilo Penteado (contrabaixo)
São Paulo Arte Trio - Paulo Gazzaneo (piano), Laércio Diniz (violino) e Ana Maria Chamorro ( violoncelo)
Agenda:
Araraquara:
22 de outubro – Irmandade do Blues
Local: Sesc Araraquara – Área de Convivência

Caçapava:
02 de outubro – Ginga
09 de outubro –Madeira de Vento
16 de outubro – Bruch Trio
23 de outubro – São Paulo Arte Trio 
Local: Cine Vogue

Ribeirão Preto:
27 de outubro – Madeira de Vento
Local: Sesc Ribeirão Preto – Área de Convivência

São Bernardo do Campo:
01 de outubro – Ginga
03 de outubro – Bruch Trio
08 de outubro – São Paulo Arte Trio
15 de outubro – 4 a Zero
Local: Teatro Elis Regina

Serviço:
Viagem Musical
Grupos: Bruch Trio, Ginga, Irmandade do Blues, Madeira de Vento, 4 a Zero e São Paulo Arte TrioPatrocínio: Fundação Nestlé Brasil
Apoio do Governo de São Paulo, através da Secretaria de Estado da Cultura, pelo Programa de Ação Cultural – ProAC 2009

Araraquara:
Sesc Araraquara – Área de Convivência
R. Castro Alves, 1315
Quitandinha
Tel: 16 3301-7500

Caçapava:
Cine Vogue
Rua Cel. José Guimarães, 160, Centro
Tel: 12 3652-9222
Capacidade: 280 pessoas

Ribeirão Preto:
Sesc Ribeirão Preto – Área de Convivência
Rua Tibiriçá, 50
Centro
Tel: 16 3977-4477

São Bernardo do Campo:
Teatro Elis Regina
Av. João Firmino, 900
Assunção
Capacidade 324 pessoas
Tel: 4351-3479
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O GRANDE VALOR DE CARLOS GOMES 6


OS TÍMPANOS DA BANDA DO PAI




                       Um dia, obrigado pelo pai a bater os tímpanos na banda, CARLOS GOMES o fez com tamanha raiva que arrebentou o instrumento e levou uma surra feia por isso, nunca mais se esquecendo dela, pois narrava esse episódio para todo mundo.
Minha avó nos contava que Maneco era adepto de surras. Qualquer molecagem dos filhos resultava numa tremenda surra, com o que encontrasse nas mãos. Foi este um dos motivos da fuga de CARLOS GOMES para o Rio: certa vez, chega a casa e presencia uma cena do pai gritando com Sant’Anna por uma razão qualquer; em dado momento, Maneco tira a cinta e ameaça bater em Sant’Anna; CARLOS GOMES, então, aparece em defesa do querido irmão, colocando-se na sua frente e enfrentando o pai, dizendo que batesse nele e não em Sant’Anna; Maneco acaba por deixar pra lá.
À noite, ele confidencia, ao irmão, que iria embora de casa e o faz na primeira oportunidade.

CURIOSIDADES DO MES DE CARLOS GOMES

1) No grupo de amigos de São Paulo, havia muitos membros da Loja Amizade, primeira da capital paulista, fundada em 13 de maio de 1832 por sete obreiros, cinco dos quais eram alunos da Academia de Direito de São Paulo. Foi nessa Loja que, em 24 de julho de 1859, por indicação de seus amigos, Carlos Gomes foi iniciado juntamente com seu irmão Sant’Anna, o que lhe deu oportunidade de abrir muitas portas, principalmente na Itália.




                                              ACADEMIA DE DIREITO DE SÃO PAULO

                     Em 30 de setembro de 1880, a Loja Maçônica Regeneração III de São Paulo, concederia a Carlos Gomes o título de membro efetivo da Loja Amizade. Ser maçom e ser monarquista eram condições que muitas vezes se chocavam e se contrapunham.




                                     LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DE SÃO PAULO

                           Conceder títulos honoríficos a artistas, literatos, musicistas, pintores e gente de teatro era comum para a maçonaria, mesmo que essas pessoas fossem de reconhecida tendência monarquista: a Maçonaria no Brasil não era completamente republicana.
CARLOS GOMES chegou a conceder um benefício à Maçonaria – um espetáculo com renda a ser repassada à Sociedade Beneficente dos Trabalhadores do Mar e Terra em 4 de junho de 1895. Foi generoso, portanto, com os trabalhadores do Pará num dos momentos mais difíceis de sua vida.
O maestro não deve ter sido um membro assíduo no cumprimento de seus votos. Talvez por isso a maçonaria brasileira também tenha sido um complicador em sua vida, quando precisou recorrer aos favores da república.
Depois de sua iniciação na maçonaria, foi para o Rio de Janeiro e matriculou-se no Conservatório Musical do Rio de Janeiro, de Francisco Manuel da Silva em 1859, com a intermediação da Condessa de Barral e do Imperador.



                                  CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DO RIO DE JANEIRO

2) A primeira forte emoção musical que vivenciou, segundo Luís Guimarães Jr., foi quando conseguiu, por acaso, uma partitura de Il Trovatore (O Trovador) de Verdi:




                            "Aconteceu que, num belo dia, tinha o maestrozinho quinze anos; caiu-lhe nas mãos, por obra do acaso, um exemplar do spartito completo de O Trovador. CARLOS GOMES agarrou com os dez dedos vitoriosos o tesouro inapreciável e às quatro horas, enquanto a família ia admirar os pulos e os pinotes duma companhia de cavalinhos ambulante, ele protestando de dor de dentes ou de cabeça, ficou em casa e voou ao fundo do pomar com o seu livro de O Trovador debaixo do braço, e ocultando-se entre as espessas sombras do arvoredo abriu frenético a grande partitura italiana. O que sentiria aquele espírito distinto, aquele coração especial, perante as ideias mágicas do maestro, que se desenrolavam como um sonho oriental, fulgurante e voluptuoso? Desde o ruído metálico dos clarins, que abrem o primeiro ato, até a última nota da zíngara, nada escapou ao olhar terrivelmente perscrutador do menino artista! (...) A noite surpreendeu-o, embargalhando a vista ansiosa.
CARLOS GOMES de um salto chegou à casa, sentou-se à mesa do trabalho e compôs de um só fôlego uma marcha sobre motivos de O Trovador de Verdi. A família voltava do circo e a primeira coisa que viu em casa o velho professor foi o seu querido Antonio cantarolando a marcha, gesticulando, movendo a cabeça, com as faces pálidas, por onde caíam, baga a baga, um milhão de lágrimas:
― Estás chorando? O que tens? Mas o que é isso, menino?
Ele mostrou apenas a partitura italiana e o papel em que rabiscara a marcha, redobrando de pranto e rindo-se no meio dos soluços que o sufocavam."
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FRASE DA VEZ:




A respeito de "O ESCRAVO", firmou ele (referindo-se a ele e a  Taunay, que “O TÍTULO LO SCHIAVO FOI POR NÓS AMBOS INVENTADO NO HOTEL DE FRANÇA, NO RIO DE JANEIRO, EM 8 DE NOVEMBRO DE 1880.”
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Fonte: Meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - ANTONIO CARLOS GOMES - A TRAJETÓRIA DE UM GÊNIO" - a ser publicado em 2011
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CULTURA CAMPINEIRA NO FOSSO


  CULTURA NO FUNDO DO FOSSO
  by Amadeu Tilli (ator e diretor teatral)

                            "A minha vida artística, que se iniciou em 1964, coincidiu com o fechamento do saudosíssimo Teatro Municipal Carlos Gomes, às vésperas da nossa estreia. 

                      A falta do teatro acabou obrigando o Teatro do Estudante de Campinas a mudar planos e estrear espremidos no pequeno palco do Centro de Ciências. 


             Nosso cenário fora concebido para o Municipal. Era um carroção cigano de proporções reais que entraria palco adentro puxado por um cavalo de verdade. Imaginem... Acabou espremido e parado, quase batendo no teto do pequeno palco do Centro de Ciências.


           Voltamos a sonhar em 1970 com o nascimento do Castro Mendes. Cinema ou teatro, não importa (...)


           (...)Fizeram todos das tripas coração, não só para montar a ópera “O Guarani”, e também para abrir o primeiro e hoje famosíssimo fosso do Castro Mendes, depois ampliado nas reformas de 1974, o que conferiu ao Castro Mendes o status de verdadeiro teatro. 


                   Não aceitarei como cidadão, público e como artista qualquer desculpa, esfarrapada ou não, que elimine esse equipamento essencial para nós, aqueles vaidosinhos (e eu me incluo neles) que querem porque querem a manutenção do fosso.             
Senti-me profundamente ofendido pelas asneiras que tenho lido pelo Correio. Estou sim, tomando as dores das pessoas citadas, como Lúcia Teixeira. 
Será que Fernanda Montenegro e Denise Fraga sabem que estão sendo responsabilizadas ridiculamente pela eliminação do fosso?


                         Qualquer artista de verdade sabe da necessidade do fosso. Ainda mais nos dias de hoje, onde todas as reformas e restauros feitos nos antigos teatros, como o Teatro da Paz, de Belém do Pará, e outros, utilizam-se de modernos sistemas de elevadores hidráulicos para abertura e fechamento rapidíssimo desse, aqui em Campinas malfadado e pernicioso vilão, chamado fosso. 

                                   TEATRO DA PAZ EM BELÉM DO PARÁ

                         Pior e melhor ainda é recuperar o ninho de morcegos (todos com DRT) do Convivência. Ótimo, maravilhoso, perfeito, isso já deveria ter sido feito no século passado. Só que o “meliante” do Convivência é menor e o teatro também; e o senhor Arthur e seu violino terão que se espremer ainda mais para tocar — ou seria “executar” seu trabalho?
   
                    Pobre cidade de Campinas, terra natal de CARLOS GOMES ! Já imaginaram se descobrissem que CARLOS GOMES, o tal maestro, esse chato desconhecido que denomina teatros, que está enterrado naquele monumento-túmulo, segurando aquela varinha, não nasceu em Campinas? Seria um alívio para muita gente. 

                Qualquer cidade do mundo estaria montando suas óperas e o recebendo, mesmo velho e doente, coisa que a gloriosa cidade de Campinas não fez. Oh, terrinha ingrata! Sua terra natal nem teatro mais tem, muito menos o “meliante” do fosso.

            Sou ator, sou cantor, sou um montão de coisas, vou até abrir a cortina, se chamado for. Não sou vaidoso, sou artista. Será que ainda verei outra gloriosa estréia do Castro Mendes, com orquestra, coro, solistas, balé? (...)

(...)Parece piada, mas não é. Sinto inveja, no bom sentido e incomensurável vergonha, quando viajo em temporada pela vizinhança: Paulínia, Jaguariúna, Vinhedo, Itatiba etc., cidades que, ditas pequenas, possuem teatros lindos que me deixam triste, pequeno, diante da qualidade desses equipamentos culturais. 
                                     THEATRO MUNICIPAL DE PAULÍNIA

                  Que os Deuses do Teatro iluminem estas pessoas que, casualmente e temporariamente (graças...), estão no poder para que não perpetuem mais esse crime cultural. Até sempre a todos."
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COMENTÁRIO DA DENISE:
Este é o espaço do nosso EX - THEATRO MUNICIPAL DE CAMPINAS:

Bonito, não ?
Não é preciso dizer mais nada... apenas, que Campinas MERECE !!
E que a infestação de morcegos aumente cada dia mais !!! Que prolifere, assim como prolifera a ignorância da administração pública de Campinas.

Bem, amigos gomesianos, termina hoje o mes de CARLOS GOMES.
Peço-lhes desculpas se me repeti em alguma postagem sobre o maestro, pois, fui fazendo... sem prévia  programação... fui deixando o coração escolher algumas coisas de meu livro, para dividir com vocês.
E nessas postagens espontâneas, corri o risco de me repetir.
Não foi intencional.
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FRASE DA VEZ:
"NÃO IR AO TEATRO É COMO FAZER A TOILETE SEM ESPELHO." (Arthur Schopenhauer)
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DANILO GENTILE EM BRASÍLIA



DANILO GENTILI APRESENTA SHOW INÉDITO SOBRE POLÍTICA ESTA SEXTA-FEIRA EM BRASÍLIA - UOL TRANSMITE AO VIVO

                       Às vésperas da eleição, o comediante Danilo Gentili, integrante do "CQC" (Band), apresenta em Brasília show inédito, em formato stand-up, que aborda exclusivamente a política brasileira. A apresentação de "Politicamente Incorreto" ocorre esta sexta-feira (1º) a partir das 21h no Teatro Nacional, com transmissão ao vivo pelo UOL, que pode ser visto também no iPad e no iPhone (m.uol.com.br).

                    “A ideia de fazer um show só sobre política me acompanha desde que comecei a fazer stand-up. Ela se intensificou quando o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] focou como nunca naquele tal artigo 45 que censurava os humoristas. Pensei ‘Internet não é Brasil. Ali terão que engolir’. Depois a tal lei de censura caiu e eu não gostei muito, porque seria muito mais emociante fazer o show com essa lei em vigor”, diz Gentili.

                         O artigo 45 mencionado pelo humorista impedia que fossem feitas sátiras com os candidatos, partidos e coligações a partir de três meses antes da eleição. No último dia 2 de setembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou ação da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) que pediu a suspensão dos incisos II e III do artigo, liberando o humor durante as eleições.
No show de Gentili, além das piadas do humorista, baseadas “até mesmo em assuntos que ninguém mais toca, como escândalos passados”, há a participação de outros dois comediantes de stand-up. Rogério Morgado faz improvisações com o público já na fila do teatro, antes de Gentili subir ao palco, e Fábio Silvestre mostra ao espectador as “propostas bizarras para um mundo melhor” do candidato Ninguém (veja os vídeos do candidato).

                    “A intenção do show é proporcionar que se ria deles [dos políticos], antes que eles riam de você. Esperar que eu influencie alguém na hora do voto é como esperar que um ateu indique qual religião deve seguir”, opina Gentili.
Além da sessão oficial transmitida pelo UOL às 21h, com ingressos esgotados, “Politicamente Incorreto” tem duas sessões anteriores na mesma sexta-feira -- uma às 17h e outra às 19h, estas ainda com ingressos à venda (saiba onde comprar abaixo).

Para acompanhar a transmissão ao vivo pelo UOL, sexta-feira (1º) às 21h, acesse: http://tvuol.uol.com.br.

IMPERDÍVEL !!
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INNER PAINTING - UMA ARTE CHINESA


THE INNER PAINTING






                        Pintura interna , também conhecido como desenho Interior ou Exterior pintado, é um estilo artístico chinês praticado a partir do início do século XIX.
São usados apenas escovas.
Para pintar o interior da garrafa, o artista tem que inverter sua mão.



      
                       Enquanto pinta, a concentração é fundamental para fazer traços precisos. Assim, o trabalho é tão intrincado e pode fazer surgirem, detalhes surpreendentes.



 Não é de admirar que o estilo de pintura seja reconhecido como uma coleção magnífica e digna.



  
 Artistas





  • Guangqing Zhang; Guangqing Zhang;
  • Haihua Zhang; Zhang Haihua;
  • Jingwan Xue; Xue Jingwan; 

  • Kechang Lee; Lee Kechang;
  • Liang Gong; Liang Gong;
  • Leyuan Zhou; Zhou Leyuan; 

  • Rongjiu Bi; Rongjiu Bi; 
  • Shouben liu; Shouben liu;
  • Shaoxuan Ma; Ma Shaoxuan; 


  • Xisan wang; Wang Xisan;
  • Yuxuan Chuang; Chuang Yuxuan;
  • Zhongsan Ye Zhongsan Ye


A GARRAFA DE RAPÉ



               No final da Dinastia Ming, o rapé chegou à China, trazido pelos  Portugueses, de forma gradual, como também os frascos de rapé. A perícia feita na garrafa de rapé foi muito próspera na Dinastia Qing, entre 1644 e 1912. A pintura dentro da garrafa de rapé surgiu no ano do Imperador Jia Qing.



                             Esse tipo de habilidade desenvolvida de pintura no interior, agora torna-se consumado.
   Inserir uma caneta delgada especialmente concebida com uma curva na ponta através do pescoço, contar com um talentoso artista que trabalha no espaço apertado da cavidade da garrafa, capaz de gravar desenhos
vivos e caligrafias na superfície interna da garrafa, torna a pintura interna das garrafas de rapé, uma forma de arte única.



                      O resultado é um conjunto de miniaturas requintadas de paisagens, naturezas mortas,
retratos e caligrafias extasiando muitos colecionadores.



           Naquela época, o fumo do tabaco foi  proibido, mas, paradoxalmente, o uso de rapé era aceitável porque era  valorizado por suas qualidades medicinais. Considerado como um remédio  eficaz para resfriados, dores de cabeça, distúrbios do estômago e muitas  outras doenças, o tabaco em pó foi dispensado num frasco ao invés das  caixas como era o costume europeu.



                 Caracterizada pela serenidade e permanência das formas expressivas e  pela rigidez de valores estéticos, a cultura chinesa procurou sempre,  através das suas realizações artísticas a harmon com o universo.  Com a abertura da cultura chinesa ao exterior, verificada durante a  dinastia Ching tornou-se evidente, em paralelo com a exportação de  artefatos artísticos para todo o mundo ocidental, a apropriação pela  China de outras linguagens estéticas.

            A arte chinesa é significativa não apenas pela beleza, mas também porque foi a maior fonte de inspiração para todo o Oriente - Japão, Coréia, Tibete, Mongólia, Indochina e Ásia Central. A Europa também deve à China muitos dos seus impulsos artísticos, bem como a introdução de variadas técnicas, principalmente na cerâmica e na tecelagem.
                      

                        Com a abertura da cultura chinesa ao exterior, verificada durante a  dinastia Ching tornou-se evidente, em paralelo com a exportação de  artefatos artísticos para todo o mundo ocidental, a apropriação pela  China de outras linguagens estéticas.
     

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FRASE DO DIA:
"NÃO SE DEVE FAZER MONUMENTOS AOS ARTISTAS, PORQUE ELES JÁ O FIZERAM COM SUAS OBRAS." (Antonio Gaudí y Cornet)
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