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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

RÓDTCHENKO - REVOLUÇÃO NA FOTOGRAFIA

Vida instantânea
Exposição apresenta o realismo gráfico de Ródtchenko, o pintor que reinventou a fotografia na Rússia dos anos 20
                         Pintor, escultor e artista gráfico, o russo Aleksandr Ródtchenko (1891-1956) foi o primeiro a levantar a bandeira da fotografia instantânea, um recurso estético inovador nas primeiras décadas do século XX. 
               É certo que Henri Cartier-Bresson se tornaria um dos mais geniais olhares do instantâneo, mas, quatro anos antes de o francês dar o disparo que se tornaria um dos maiores ícones do século XX – o salto suspenso sobre a poça d’água nos fundos da Estação de Saint-Lazare, em Paris –, Ródtchenko já havia clamado: “Não minta! Fotografe e seja fotografado. Cristalize o homem não pelo retrato ‘sintético’, mas de vários instantâneos feitos em momentos diferentes. Preze tudo o que é real e contemporâneo. E seremos seres reais, não de brincadeira.” 
                         Em 1928, Ródtchenko já era tão pioneiro quanto seus companheiros poetas e pintores construtivistas da vanguarda russa. Conhecer esse olhar realista que influenciaria gerações e gerações – entre as quais os artistas concretos brasileiros – é o privilégio possibilitado pela mostra “Aleksandr Ródtchenko: Revolução na Fotografia”, que antes de chegar a São Paulo passou por Paris, Berlim, Amsterdã, Londres e Rio de Janeiro.
                      Para Ródtchenko, ser contemporâneo na Rússia dos anos 20 era ser fotógrafo. A desconstrução da pose foi seu primeiro recurso para chegar a uma linguagem fotográfica que se tornaria universal. 
                     A fotografia de sua mãe, de olhos fechados, tirada em 1924, está entre seus primeiros instantâneos. A imagem seria capa da revista “Soviétskoe Foto”, assim como muitos retratos do poeta Vladimir Maiakóvski viraram capas de livros e o retrato de Lilia Brik, musa do poeta, estamparia diversos cartazes, sempre desenhados por Ródtchenko.
     Mãe do artista foi capa de revista de fotografia

                       Com cerca de 300 obras, entre fotografias, fotomontagens, capas de livros, revistas e cartazes, a mostra elucida como o artista construiu uma identidade gráfica a serviço do socialismo soviético que seria idealizada para sempre. O último segmento da exposição mostra o trabalho fotojornalístico dos anos 30 e 40, que confirma seu olhar gráfico sobre o mundo. Especialmente nas imagens de esportes, Ródtchenko toma o partido de uma forte estetização da realidade, transformando operários e esportistas em semideuses. Uma postura que seria definitivamente apropriada alguns anos depois por Leni Riefenstahl, propagandista do Terceiro Reich

ARIDEZ


 



 



 



 



 

















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